Eleanor da Aquitânia

Eleanor da Aquitânia (cerca 1122 - 1 de Abril 1204) foi Duquesa da Aquitânia e da Gasconha, Condessa de Poitiers e rainha da França e Inglaterra. Era a filha mais velha de Guilherme X, o Santo, (1099-1137), a quem sucedeu em 1137, e de Aénor de Châtellerault. A sua fortuna pessoal e o seu apurado sentido político fizeram-na uma das mulheres mais poderosas e influentes da Idade Média.


Primeiros anos

Eleanor nasceu na corte mais literata e culta do seu tempo. O seu avô tinha sido Guilherme IX, o Trovador, (1071-1126),um dos primeiros trovadores e poetas vernaculares. Era ainda um homem extremamente culto, que transmitiu o gosto pela aprendizagem ao herdeiro Guilherme X que, por sua vez, ofereceu uma educação excepcional às suas duas filhas. Eleanor e Petronilha eram fluentes em cerca de oito línguas, aprenderam matemática e astronomia e discutiam leis e filosofia a par com os doutores da Igreja. Esta educação, estranha por serem mulheres e em uma época em que a maior parte dos governantes eram analfabetos, permitiu-lhes, desenvolver espírito crítico e sagacidade política, útil especialmente à Eleanor que haveria de governar ela própria. Guilherme X teve ainda o gosto de envolver a sua herdeira nos variados aspectos da governação, levando-a em várias visitas através dos seus territórios.

Rainha da França

Em 1130 torna-se na herdeira universal do seu pai depois da morte do seu irmão Guilherme Aigret ainda na infância. Sete anos depois sucede em todos os títulos Guilherme X, após a sua morte durante uma peregrinação a Santiago de Compostela. Como senhora de uma porção substancial do que é actualmente França, Eleanor de 15 anos tornou-se na noiva mais desejada da Europa. O eleito foi o rei Luis VII de França que, com o casamento, estendeu os seus domínios até aos Pireneus. Era desejo de Guilherme X, expresso no seu testamento, casar a filha com Luís, o Jovem, filho do rei da França (Luís VI). Em troca oferecia ao rei, como dote, a Aquitânia e Poitou.

Estimulou o marido a participar da Segunda Cruzada, (1147-1149). Antes da partida atuou nos preparativos: promoveu torneios para arrecadar recursos, recolheu doações e, como era costume dos cruzados fazer, foi a todas as abadias pedir a bênção e as preces dos religiosos das ordens. Eleanor acompanhou a expedição, assim como outras damas da nobreza, mas ela tinha o estatuto de líder feudal do exército da Aquitânia em pé de igualdade com os outros dirigentes. Segundo as lendas tradicionais, Eleanor e as suas aias vestiram-se de Amazonas, num traje que incluia parafrenália militar. Esta história é duvidosa, mas de qualquer maneira é histórico que o seu comportamento durante a cruzada foi considerado indecoroso pelo papa.

Foi durante a expedição que começaram as divergências entre Eleanor e Luis. Eleanor era favorável à luta pela reconquista do condado de Edessa, pertencente ao seu irmão Raimundo de Toulouse. Luis considerava mais importante alcançar Jerusalém. A discussão resultou numa rebelião dos cavaleiros da Aquitânia, e o exército ficou dividido. Em consequência, Luís VII decidiu atacar Damasco, mas fracassou.

Em 1149, Luis e Eleanor regressaram à Europa, passando por Roma, onde o Papa Eugénio III promoveu a sua reconciliação. A segunda filha do casal, Alice Capeto, nasceu pouco depois, mas o casamento estava perdido. Em 1152 a união é anulada por alegada consaguinidade e, em consequência, Eleanor recuperou o controlo dos seus territórios, que foram retirados da coroa francesa.

Rainha da Inglaterra

Apenas semanas depois, Eleanor casou com Henrique Plantageneta, o futuro Henrique II de Inglaterra, então Conde de Anjou, onze anos mais novo que ela. A relação dos dois pode ter começado antes da união aos olhos da Igreja, como sugere o nascimento ainda no mesmo ano de 1152 de Guilherme, o primeiro filho do casal. No fim da década de 1160, Eleanor separou-se de Henrique e retirou-se para a Aquitânia, devido possivelmente aos casos extra-matrimoniais do marido ou da sua insistência em interferir nos assuntos do Ducado de Eleanor. A reconciliação nunca chegou e, em 1173 Eleanor e os seus três filhos mais velhos Henrique, o Jovem, (1155-1183), Ricardo Coração de Leão e Geoffrey revoltaram-se contra Henrique II - com o apoio de Luís VII, rei da França e ex-marido de Eleanor. A rebelião familiar gerou outras revoltas em Poitoi e motins dos vassalos do rei em grande parte de seus feudos. Henrique II conseguiu controlar a situação e perdoou os filhos. No entanto, mandou prender Eleanor que, acusada de ser a instigadora do complô, permaneceu encarcerada por 16 anos, primeiro no Castelo Chinon, depois em Salisbury, entre outros castelos da Inglaterra.

Em 1189, com a morte do marido e ascensão ao trono do seu filho Ricardo, Eleanor é libertada e, com a partida de Ricardo para a Terceira Cruzada (1189-1192), tornou-se a regente da Inglaterra.

Eleanor morreu em 1204 e encontra-se sepultada na Abadia de Fontevraud, junto de Henrique II e Ricardo I.

Fonte: Wikipédia